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Entrevistas

O novo momento da Extensão.

 

Entrevista com o professor Raimundo Bonfim, pró-reitor de Extensão da Universidade Estadual de Santa Cruz, em 10/11/2009.

Raimundo Bonfim, pró-reitor de Extensão, Bacharel em Ciências Econômicas, Mestre pela PUC-RJ e Doutor em Educação pela UFBA. É professor da UESC desde 1988. Foi também assessor de Planejamento, coordenador do Colegiado de Economia e diretor do Departamento de Ciências Econômicas. Presidiu o Fórum de Pró-reitores de Extensão - Regional Nordeste, tendo sido Coordenador Nacional da Temática Trabalho e do I Congresso de Extensão Universitária do Nordeste. Atualmente, é conselheiro do Programa Nacional de Incubação de Empreendimentos Solidários e membro do Comitê de Acompanhamento de Cultura.

 











 

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1 – Professor Bonfim, qual a importância da Extensão no âmbito do ensino universitário na atualidade?


RB - A Extensão, ela é muito importante, porque ela permite que o aluno entre em contato com a realidade; ele tenha a possibilidade também de completar a sua formação profissional, vivendo as questões mais práticas; de aprofundar os seus conhecimentos; de manter uma relação com a sociedade. E, com isso, ele cria novos desafios, cria novas perspectivas que ajudam a realimentar todo o processo, também, da pesquisa e da investigação. O trabalho da extensão dá ao aluno essa condição de completar sua formação profissional e dá mais maturidade. E dá à Academia, sobretudo, essa condição também de realimentar o processo da prática acadêmica: a teoria e prática.

2 – Quais as prioridades da ação extensionista da UESC hoje?

RB - Nós trabalhamos em cima de quatro pontos, que acho que são fundamentais: o primeiro é essa relação, essa produção e atuação e de como a visão de transformação social, quer dizer, essa é uma primeira diretriz. A universidade, ela vai interagir com a sociedade e dentro das suas possibilidades ela vai contribuir para ver as transformações, visando dar a sociedade, aos homens, ascensão social e melhores condições de vida. Uma outra diretriz básica é de que todo nosso trabalho da extensão, ele deve ser realizado de uma forma dialógica, quer dizer, não é aquele modo impositivo que o professor vai chegar lá e despeja conhecimentos na comunidade. Mas ele estabelece com a comunidade uma relação, um diálogo, uma troca de saberes, e através dessa troca de saberes, a gente dá as nossas contribuições e trazemos de lá também os conhecimentos, as informações do homem para dentro da comunidade cientifica, para através de uma reflexão, a gente trabalhar e avançar e buscar novas soluções dos problemas. O terceiro ponto, para a gente, que é básico, é a interdisciplinaridade, quer dizer, é a idéia de que, nós não vamos atacar um problema apenas com um campo de conhecimento, apenas com ação, mas, que o campo econômico está ligado com o social que, por sua vez, interage com a saúde, com a agricultura, com o empreendedorismo e com outros aspectos. Então, nós vamos atuar sempre dentro de uma percepção de interdisciplinaridade. E o quarto ponto é a questão da indissociabilidade. Nós queremos sempre que a extensão esteja articulada com o ensino e com a pesquisa, quer dizer, esse caráter da indissociabilidade é que vai dar ao aluno, ao professor, as condições de fazermos as transformações efetivas que a sociedade está requerendo.

3 – Professor, e quais as principais contribuições da Extensão Universitária para o desenvolvimento regional?

RB - Nós temos dado várias contribuições. Eu diria que, em primeiro lugar, é que a extensão aqui ela está focando os segmentos mais fragilizados da sociedade. Nós estamos com uma percepção, assim, de atender a todo mundo, mas temos um público privilegiado que, nesse momento, passa a ser aquelas pessoas desempregadas, aquelas comunidades pobres, os sem-terras, até populações indígenas, enfim, esses segmentos que estão mais fragilizados é onde a gente tem dado a nossa maior contribuição. Agora, também o nosso trabalho tem sido feito dentro de uma percepção, dentro de um foco: nós não queremos ficar atuando a vida inteira só dando as coisas, nós queremos que as pessoas busquem a sua emancipação, a sua autossustentação. Então, estamos trabalhando dentro dessa perspectiva.

4 – Quantos projetos de extensão são realizados atualmente na Universidade?
RB - Esse número é muito dinâmico, eu posso estar hoje com um número e daqui a pouco vários professores resolvem fazer um doutorado, um mestrado, eles paralisam os projetos. Eu diria o seguinte, que, de forma muito genérica, nossa expectativa é que deveremos trabalhar, ao longo de 2009, com aproximadamente 150 projetos, entre os permanentes e os temporários. Então, essa é uma percepção. Agora, eu queria só complementar uma coisa da questão anterior, quando perguntava das nossas contribuições; eu queria ressaltar a contribuição que a UESC tem feito no campo da economia solidária, no campo da geração de emprego, na articulação da qualificação. Por exemplo, agora mesmo nós sabemos que temos todos esses programas de investimento que estão vindo para Ilhéus. Nós, aqui, da extensão, estamos preocupados com isso e já apresentamos projetos ao governo do Estado. Estou recebendo agora, que fomos aprovados, e vamos ter uma série de cursos para oferecer na área de soldador, eletricista, montagem, esse campo de mercado de trabalho aí que está se apresentando com muita relevância e que vai ser uma grande contribuição. Além disso, me dirigi diretamente ao Ministério do Trabalho para tentar conseguir recursos para agilizarmos mais programas de qualificação de mão de obra, que entendemos que esse é um dos caminhos que a gente pode contribuir para reduzir o desemprego e combater a pobreza e a desigualdade social.

5 – Com relação à captação de recursos para o setor, hoje existem novas linhas de financiamento para essas atividades?

RB - Existem. Os recursos para extensão são mais difícil do que o da pesquisa, aliás, bem mais difícil. Então, a gente da extensão, nós temos que criar, fazer um exercício mais atuante, nas articulações públicas, junto aos órgãos, enfim, na busca de mecanismo que nos permita captar esses recursos. Agora, já tem muitas linhas de extensão. Eu acho que nós temos conseguido aí, várias, junto ao governo do Estado. Eu diria até que é uma coisa nova, porque não existe tradição no Brasil de se ter muito recurso para extensão, então nesses últimos quatro anos, o governo Federal, o governo Estadual, ele intensificou. Agora a captação é toda feita na base dos editais públicos e das chamadas públicas. Isso aí exige que precisamos ter equipes bem treinadas, com técnicos trabalhando com isso aí, produzindo bons projetos para que a gente possa fazer essa captação. Nós estamos numa situação, eu diria, relativamente privilegiada. No último edital que tivemos do MEC, o PROEXT, a nossa Universidade aqui, a nossa extensão foi contemplada com quatro projetos e recebemos o valor máximo. E para você ter uma idéia, universidades como a UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, ficou de fora, não conseguiu aprovar projetos. Apenas, aproximadamente, três universidades estaduais conseguiram e, entre elas, estava aqui a nossa Estadual de Santa Cruz.

6 – Na atual gestão, qual a estratégia adotada na área de cultura?

RB - A cultura sempre foi uma questão difícil para a gente trabalhar, por duas coisas: primeiro, porque as necessidades eram tão grandes, as demandas tão expressivas, de um lado, e do outro lado o que nós tínhamos aqui era muito limitado, não tínhamos recursos públicos destinados para isso e os quadros nossos também não estavam tão motivados, por conta, exatamente, creio, das limitações que existiam para fazer um esforço para atender essas necessidades. Então, nós montamos uma estratégia que ela passa aí por três momentos: o primeiro momento da nossa estratégia consistia em nós criarmos um mecanismo que permitisse reunir as pessoas que trabalham com a cultura, os verdadeiros interlocutores e gestores de cultura de toda a região. Não é só Itabuna e Ilhéus, temos que pensar na região. Nesse primeiro momento, vamos dizer assim, o ponto um da nossa estratégia, nós conseguimos articular, mediante uma parceria com o governo do Estado conseguimos recursos para montarmos um curso de gestores da área de cultura. De um curso nós ministramos três cursos, e com esses três cursos nós formamos uma massa, eu diria assim uma massa crítica e uma massa de pessoas preparadas, em princípio, para desenvolver um trabalho de gestão de cultura nos municípios e também na captação de recursos, porque esse era um outro grande problema. Só para você ter uma idéia, hoje já estão chegando muitos recursos em cultura, mas a região não conseguia pegar absolutamente nada. Por falta de quê? De bons projetos, por falta de técnicos, de gestores que pudessem fazer essa captação. Isso hoje nós estamos corrigindo, porque demos três cursos, formamos uma massa crítica, depois nós montamos, a partir disso aí, um fórum de gestores, onde tem representantes de todos os municípios. Esse fórum é formado por pessoas do setor público, secretários, diretores, de pessoas que trabalham com cultura, como também artistas, coordenadores de pontos de cultura, intelectuais vinculados a cultura. E esse fórum hoje é o nosso interlocutor, aqui. Então nós dialogamos com esse fórum, que se reúne permanentemente, mensalmente aqui na UESC. Então todas as nossas ações de cultura, nós discutimos com ele. Quando nós queremos, por exemplo: agora estamos com recursos para ministrar alguns cursos na área de cultura, nós estamos dialogando com ele, quais os lugares, como é que vai ser o edital, então, é esse grupo que aponta as direções e os caminhos que nós vamos ter com cultura. Isso aí se deu com uma parceria também com o Território da Cidadania. Então, o Território da Cidadania, através de seus representantes, integra o fórum de gestores culturais. Então, esse fórum tem as suas reuniões, eles trabalham a política e dão as diretrizes. Nós ajudamos o fórum, não apenas o fórum, qualquer secretaria de cultura da região, quando ela quer fazer uma captação de recursos. Quando sai um edital, nós passamos essa informação para todas as unidades da região, e se qualquer unidade dessas tem dificuldade, ela vem aqui para o fórum e nós colocamos os nossos técnicos para ajudá-la na elaboração do projeto, para fazer a captação de recursos. Então, esse é o primeiro momento da nossa estratégia com relação à cultura. Claro que a isso também, nós somamos a nossa preocupação de instalar aqui dentro da UESC, um ponto de cultura, com recursos do governo Federal, do MEC, e trabalhamos sempre em projetos. Nos últimos quatro anos, eu confesso que eu não tive falta de recursos para a cultura, aqui. Não vou dizer que tinha muitos recursos, mas todos os anos eu estou tendo recursos, por projetos que são apresentados por nós. Agora nós estamos entrando na nossa segunda fase da estratégia. Em que consiste a nossa segunda fase da estratégia? Consiste em nós darmos um apoio concreto aos municípios, um apoio para fortalecer as secretarias de cultura, criar fundações de cultura, diretorias de culturas junto aos municípios, e, sobretudo, criar também dentro dos municípios, o fundo de cultura, o conselho de cultura com um fundo de cultura. Como é que nós vamos fazer isso? Nós nos articulamos com a secretaria de Cultura, com a Universidade Federal da Bahia, e amanhã, eu recebo já uma equipe de professores da UFBA, que vai treinar uma equipe de pessoas daqui da UESC, para fazer esse trabalho. Quer dizer, a preparação de quadros para a gente entrar no nosso segundo momento da nossa estratégia, que é o apoio direto às prefeituras – claro, aquelas que quiserem - para que a gente possa fazer um fortalecimento, uma estruturação dessa área de cultura. E a terceira fase vai ser agora o momento que nós vamos entrar com o segundo curso de Gestores de Cultura - que na verdade não vai ser Gestores de Cultura, vai ser Gestores de Equipamentos de Cultura. É você trabalhar numa percepção de como a gente deve fazer para gerenciar cinemas, criar esses equipamentos culturais, bibliotecas e coisas aqui na região que não estão acontecendo. E simultaneamente captar recursos, também. Eu quero crer que a gente vai ter dois momentos da cultura aqui na região: o momento que foi antes do mandato do professor Joaquim e o momento da cultura na região após o mandato do professor Joaquim.

7 – Muitos projetos são realizados em convênio com o governo do Estado. Em que dimensão é operada esta parceria?

RB - A parceria nossa com o governo do Estado ela é muito salutar, tem sido muito proveitosa. Agora nós tivemos muitas dificuldades, por conta da legislação que não permitia que se pagasse pró-labore aos professores. Então, a gente ficava impedido de realizar trabalhos com a dimensão maior, pela impossibilidade que tínhamos de poder remunerar um servidor administrativo ou um professor que viesse realizar um trabalho no dia de sábado, um dia de domingo, nos horários fora do expediente. Então, essa coisa aí ficou muito limitada. Temos uma legislação e com esforço pessoal muito grande meu, do professor Joaquim, dos outros reitores, conseguimos alterar a legislação, mas não o suficiente. Mas, podemos dizer que o Estado tem sido um bom parceiro. Eu tenho diversos projetos, o TOPA, o Universidade Para Todos, na área de incubação, na área de pesquisa. Agora fomos aprovados no Qualifica Bahia, que é o que eu estou querendo para cursos na região de Ilhéus, o projeto Trilha. Nós temos vários projetos, e essa parceria está sendo muito proveitosa.

8 – Professor, a iniciativa privada pode participar de projetos de extensão, ela pode financiar, por exemplo, contribuir financeiramente.

RB – Pode. Na verdade, a experiência nossa aqui ainda é bastante limitada, eu diria a regional, a cultura empresarial aqui não tem. Até porque o seguinte, as grandes empresas que têm já o hábito de fazer isso, as suas sedes ficam no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Curitiba. Então, por exemplo, a Vivo, a Oi, essas instituições lá no Sudeste, elas participam ativamente de programas de extensão. Aqui no Nordeste, a gente tem uma retração, uma dificuldade muito grande. Até empresas como a AMBEV, que está situada no Rio de Janeiro, ela lá também participa, ela financia programa de extensão. A Boticário, o Banco Itaú, Bamerindus, etc., mas aqui para o interior, essa participação tem sido muito limitada.

9 – Falando, inclusive, do TOPA – Todos pela Alfabetização – é um desafio para o governo baiano no que diz respeito à redução do analfabetismo. Na área de atuação da UESC, o senhor acredita que essa meta será conquistada?
RB - O TOPA realmente é um projeto interessante, ele é diferente dos outros que foram colocados anteriormente, mas ele enfrenta alguns problemas que são de natureza estrutural mesmo, por conta da população, por conta da motivação e, até mesmo, por conta de limitações, de espaço, local e tudo. Então, eu creio que o TOPA vai trazer grandes benefícios, mas acho que ainda não vai ser nesse momento que nós vamos chegar ao que nós gostaríamos que fosse zerar o analfabetismo. Eu penso que a contribuição agora está sendo positiva. É uma revisão muito boa, as alterações que estão sendo realizadas são amplas. Aqui na região já temos, não é mais a UESC sozinha que está nesse programa, tem uma faculdade de Ilhéus que já integra também; tem a UNIME, a antiga FACSUL, que também integra os grupos, as escolas que estão atuando nesse projeto. E eu quero crer que a gente vai ter bons resultados. Agora, eu quero chamar bem atenção: essa questão do analfabetismo, aqui na Bahia, ele tem que ser visto como um grande desafio para ser trabalhado e resolvido pela sociedade. A gente não pode deixar isso só nas mãos do governo, pensar que é só o governo do Estado ou só que é o governo Municipal. È preciso que a gente tenha uma solidariedade, um compartilhamento de toda a sociedade civil, para que a gente possa resolver. Porque são muitas especificidades, são muitas coisas ainda pequenas, mas que dinamicamente elas têm um peso tão significativo que acaba impedindo que a gente chegue a um resultado mais expressivo.

10 – Como o senhor avalia a participação dos alunos da Universidade nas atividades de Extensão, de modo geral?

RB - A participação dos alunos, não apenas da UESC - e eu digo não apenas da UESC porque como eu fui coordenador do Nordeste, sou coordenador nacional da temática “Trabalho”, então rodo o Brasil inteiro, dando palestra, discutindo, participando de eventos, e isso me permite que eu diga, assim, com o conhecimento de causa - não e só na UESC, é em todas as universidades, a participação dos estudantes ainda não é tão expressiva. O aluno, ele ainda se encanta muito mais pela pesquisa, então, a pesquisa ainda é o grande sonho, o grande desejo. Aqui na UESC, a gente está, a cada ano, ampliando a participação do aluno, porque nós temos ampliado o número de bolsas; nós temos mostrado ao aluno, agora, que na extensão ele pode produzir cientificamente, ele pode publicar trabalho, pode pontuar positivamente no seu currículo. E tem mais: eu diria hoje, com absoluta certeza, que quem passa na extensão fica até com mais possibilidade de adquirir emprego, ocupação profissional, do que aquele que não passa pela extensão. Porque ele cria uma maturidade, ele cria uma condição toda singular de tratar com os públicos, com as pessoas, e que lhe dá um diferencial de conhecimento, de maturidade. Mas - é como eu citei - ainda estamos num trabalho de crescimento, os alunos a cada dia que passa, vêm procurando. Agora mesmo, quando você chegou, eu tenho aqui vários alunos que estavam procurando estágio voluntário, sem remuneração, porque entendem - já estão perto de se formar - que a extensão dá para eles a possibilidade dessa maturidade profissional que hoje o mercado de trabalho está exigindo.

11 – Quais os desafios da Extensão no futuro?

RB - Nós temos alguns desafios grandes na Extensão. Eu diria não é tão do futuro, é para já. Nós precisamos aprovar uma lei no Congresso Nacional, institucionalizando a extensão, a participação do aluno, o pagamento de bolsa para professor, aluno. Quer dizer, uma legislação que nos permita ampliar nossa capacidade de trabalho, de transformação social. Esse está sendo um dos desafios. O segundo grande desafio nosso, eu diria esse que é mais para o futuro, é como nós vamos fazer uma integração mais efetiva, mais orgânica com a pesquisa. Com ensino fazemos, mas com a pesquisa na medida em que nós conseguimos convencer a todo pesquisador que todo pesquisador também ele é potencialmente um extensionista; todo extensionista ele necessariamente tem que ser um pesquisador, e que todo conhecimento que é produzido cientificamente, resultado das pesquisas e investigações, precisa ser socializado e precisa que seja levado, sobretudo, para as camadas da população que mais necessitam, porque é aí que nós vamos ter a capacidade de fazer as transformações. Eu diria que o nosso maior desafio no momento é esse. Em terceiro lugar é a gente buscar mais recursos para que a gente amplie a nossa capacidade de trabalho.
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