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Entrevistas

O Ensino a Distância na UESC

 

Professora Doutora Maridalva Penteado, em 26/08/2010.

A professora Maridalva de Souza Penteado é graduada em Enfermagem pela Unifesp e doutora em Saúde Pública pela USP (Universidade de São Paulo). Professora adjunta do Departamento de Ciências da Saúde da UESC desde 1991, já foi diretora do Departamento, gerente de Pós-graduação e Pró-reitora de Extensão. Atualmente, é coordenadora da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UESC, responsável pelas atividades relacionadas ao ensino a distância.

 











 


Núcleo WEB - Professora Maridalva, a UESC implantou a modalidade de ensino de graduação à distância há pouco tempo e já possui cerca de 1.750 alunos. Qual avaliação pode ser feita dessa trajetória?



Professora Maridalva Penteado - A UESC sempre pensou em implementar seus cursos de EAD de maneira bem segura e gradativa. Foi uma das primeiras Universidades Públicas da Bahia a ser credenciada pelo MEC para oferta de cursos na modalidade à distância. Pelo menos, das Estaduais da Bahia, foi a primeira. Isso foi em 2004. Em 2007, implementou seu primeiro curso, de Biologia, em 8 polos. Em 2008, teve mais 4 cursos aprovados, com financiamento da Universidade Aberta do Brasil (CAPES), mas somente os implantou em 2009, quando se conseguiu uma infra-estrutura na Universidade para isso, ou seja, a criação de um espaço físico para os coordenadores de curso, espaços para os tutores dos respectivos cursos e formação de uma equipe multidisciplinar envolvida com Educação à Distância. Esse número de alunos, a primeira vista grande, se dá pelos vários polos que atendemos atualmente, que vão desde Ilhéus e Itabuna até Remanso, Barreiras, por exemplo. A avaliação que fazemos, então, é a de que estamos no caminho certo, com uma série de acertos, alguns entraves, mas com a certeza absoluta de que todos estamos envolvidos para a consecução dos cursos, de maneira bem segura, de sorte a garantir a formação de profissionais da mais alta qualidade para o mercado de trabalho, particularmente, professores comprometidos com a melhoria do ensino na Bahia.


Professora, quais cursos são oferecidos atualmente pela Instituição, nessa modalidade?

Como eu já disse, a gente começou com o curso de Licenciatura em Biologia, e depois começamos com mais turmas de Biologia e Física, Letras Vernáculas e Pedagogia, em diversos polos: Biologia, a gente já tem em 19 polos, considerando as três turmas que a gente desenvolve; Física, em oito polos, e todos distribuídos no estado da Bahia; Letras Vernáculas e Pedagogia, em 11 polos.


A Universidade Estadual de Santa Cruz planeja oferecer novos cursos de licenciatura no sistema EAD. A Instituição dispõe de infra-estrutura adequada para essa expansão?


Pretendemos oferecer os cursos de licenciatura em Matemática e Inglês, que é uma demanda do Estado. Ambos os projetos estão sendo elaborados pelos respectivos departamentos. Daí tramitarão no CONSEPE, que decidirá sobre sua implantação. Sobre a infra-estrutura, já dispomos de boa parte dela: nós temos o núcleo, com o espaço físico adequado, mas, certamente, precisaremos de mais espaço. Em particular, para os tutores e coordenações.


E como é feita a produção didática dos cursos oferecidos aqui?

Essa é uma parte bem interessante da Educação à Distância. Uma parcela dos estudiosos defende que há que haver uma produção didática, através dos recursos impressos e em outras mídias direcionadas especificamente para o ensino na modalidade à distância. Outros referem que esses mesmos recursos devam ser utilizados no ensino presencial e à distância. O que estamos fazendo é a adequação do material produzido pelo professor para uma linguagem que possibilite, com maior eficácia para os alunos da educação à distancia, o auto-estudo. Nossa equipe multidisciplinar recebeu treinamento no Rio de Janeiro, em um consórcio que tem expressiva experiência em Educação à Distância e está auxiliando nossos professores na tarefa de escrever para educação à distância. Isso é muito interessante porque estimula o professor a escrever material didático. O professor aumenta sua produção científica, articulando-a com o ensino; e o professor também aprende o uso de outras mídias que não somente o material escrito: faz vídeo-aula, web conferência, pratica o uso da informática no ensino, com o uso dos recursos da plataforma de ensino utilizada na EAD, no caso da UESC, o moodle, aqui chamado de objeto orientado para a aprendizagem. E toda ação do professor é, assim, assessorada. Há um trabalho de equipe, a gente tem instrucionais designers, web designers, jornalista, desenhista, pedagogos, enfim. Tem que haver organização, há espaço para a criatividade, mas não pode haver muito improviso na Educação à Distância. Esperamos que o material que produzimos seja de qualidade. Pelo menos, estamos tentando acertar.


Professora, quais as parcerias mantidas pela UESC para a consolidação e a expansão dos cursos à distancia?

Bem, a parceria é fundamental com os polos de apoio presencial mantidos pelos municípios e Estado. Sem eles, não adianta muito todas as outras ações, porque é nos polos que os alunos vão se encontrar, utilizar os computadores, acessar a biblioteca, freqüentar os laboratórios. Atualmente, a situação deles ainda está um pouco aquém do que desejamos, mas há um esforço das prefeituras e do governo do Estado, em particular, e também do apoio do Ministério de Educação e Cultura (MEC), para sua adequação. Outra parceria importante é com a CAPES, através da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que, através de financiamento, tem viabilizado a implementação dos cursos, a criação de uma massa crítica que pensa a EAD hoje na UESC e que está ajudando a Universidade a aprender fazer Educação à Distância. Com a CAPES, tivemos a aprovação de vários projetos de apoio, que vão desde a aquisição de materiais e equipamentos até o apoio para formação de professores e tutores para atuarem em Educação à Distância, integração do ensino presencial e à distância, dentre outros. Temos ainda parcerias com outras Universidades para a permuta de material didático.


Professora, nós temos notícia de que a Universidade pretende oferecer cursos de extensão à distancia. Como seriam esses cursos?

Temos aprovados três cursos de extensão na modalidade EAD, que prevê encontros presenciais e atividades à distância pelo uso do computador e outras mídias. E nós tivemos então aprovados, pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do Ministério da Educação (MEC), esses três cursos. Um curso de Educação em Saúde, direcionado a professores, gestores e profissionais da estratégia de saúde da família, e objetiva a formação continuada, com vista ao processo de implementação do Programa de Saúde Escolar; na área de Direito, o curso sobre Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, direcionado a profissionais da educação básica (professores e gestores), conselheiros tutelares, agentes de segurança pública, dentre outros; e um curso de Direito Ambiental. Os polos de apoio para esses cursos de extensão serão inicialmente nas cidades de Ilhéus e Itabuna;


E como se caracteriza, no caso, os cursos de integração entre as modalidades presencial e à distancia que estão sendo planejados?

Em verdade não se trata de cursos de integração entre as modalidades presenciais e a distância, trata-se de uma integração. Tivemos aprovados, pelo MEC, uma iniciativa de integração da EAD com os cursos presenciais. Ou seja, a utilização das tecnologias informacionais e comunicacionais (TIC’s), que a gente usa no ensino da Educação à Distância, para o ensino presencial. Para o seu desenvolvimento se pretende qualificar professores em todos os Departamentos da UESC, independente deles oferecerem ou não licenciaturas, e, no futuro, serão oferecidas partes de disciplinas na modalidade EAD nos cursos presenciais, conforme incentiva a própria LDB. Lógico que isso vai depender da vontade do professor, dos departamentos, etc.


E quais as perspectivas do ensino de educação à distância, no caso, para a Universidade Estadual de Santa Cruz? Falemos de futuro de maneira ampla.

Como já falei antes, a perspectiva é de crescimento, mas como tudo na UESC, um crescimento com responsabilidade e segurança e uma integração importante com o ensino presencial. Pretendemos ofertar novos cursos, mas sempre de acordo com as necessidades e reais demandas de formação do Estado. E pretendemos ainda, para essa oferta, nos concentrar mais nos polos da área de influência geoeducacional da UESC. Se pretende, em suma, institucionalizar a EAD na UESC, ou seja, fazer com que os cursos se incorporem à realidade da Instituição, de forma regular e como parte indissociável do fazer da Universidade. E para isso não se pode perder a visão da qualidade do ensino.


Professora, para finalizar, o que a senhora diria então para essa demanda, que existe em nossa região, de pessoas - de fora da nossa região também, interessadas em ingressar em um curso de Educação à Distância?

A mensagem que eu deixo é que a gente sempre tem uma visão de qualidade, nossos passos são passos gradativos, então o que nós vamos oferecer esses cursos na medida das nossas condições, mas que ano a ano a gente deve integrar novas modalidades, novos cursos no elenco daqueles que nós já oferecemos.
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