Mulheres da vila rural de Serra Grande

Na última segunda-feira (25/03), Elismar Fernandes dos Santos, aluno do Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), defendeu sua dissertação de mestrado com o tema “A sustentabilidade local a partir da percepção de mulheres da vila rural de Serra Grande”.

Para o mestrando, fundador do Instituto Mãe Terra, organização da sociedade civil sediada em Porto Seguro (BA), a crescente difusão dos mais variados discursos sobre sustentabilidade num contexto cada vez mais global - onde os diferentes sujeitos compõem distintas realidades sociais – torna prioritária a análise das percepções sobre o tema para que haja um debate ainda mais lúcido sobre suas perspectivas e limitações.

“A sustentabilidade é uma questão transdisciplinar que requer que os sujeitos estejam na mesma sintonia, trabalhando pelas mesmas causas e objetivos, à medida que enxergam o planeta como um território comum” comentou Elismar Fernandes.  

O mestrando, graduado em Administração e em Comunicação Social, sustentou que o consumo de informações sobre a sustentabilidade, massificadas pelos meios de comunicação, não assegura o entendimento da definição a partir do lastro das ciências ambientais. Apontou, também que os variados contextos sociais podem descaracterizar a urgência da questão.

A banca examinadora foi composta pelos Professores do PRODEMA, Dra. Christiana Cabicieri Profice, na qualidade de presidente e orientadora, Dra. Romari Alejandra Martinez Montaño, Dra. Valéria Amin e pelo Professor Convidado Dr. Thiago Mota Cardoso. A banca aprovou a dissertação.

A orientadora, Dra. Christiana Cabicieri Profice, comentou sobre a relevância do tema tratado pelo orientando: “O reconhecimento da importância das mulheres na sustentabilidade local existe, mas ainda é insuficiente. As instâncias e os mecanismos de participação social ainda são ambientes predominantemente masculinos e, na direção contrária, as mulheres já são a maioria na militância ecológica. É preciso ouvir o que elas têm a dizer sobre a sustentabilidade”.

A apresentação pública da dissertação de mestrado também foi uma oportunidade para que as mulheres que fizeram parte da pesquisa visitassem a universidade pela primeira vez. “Este olhar sobre o nosso mundo feminino não tem preço. Desejo que outras pesquisas sensíveis como esta aconteçam para nos dar cada vez mais visibilidade” completou Alfazema, cuja identidade foi preservada (Revolução CNS nº. 466/2012)