Representação Corporal: um olhar possível a  partir do imaginário de meninos em situação de risco[1]

 

Valéria Amim[2]

Natália Reis Furtado[3]

Christiana Cabicieri Profice[4]

 

RESUMO: Apresenta reflexões sobre o imaginário de meninos em situação de risco pessoal e social, no que se refere à sua auto imagem corporal, vista a partir das formas de utilização de seu corpo, ou melhor dizendo, a imagem falante deste. Neste particular, enfoca alguns aspectos dinâmicos das imagens corporais e suas representações no desenvolvimento de modelos. Para tanto, parte do referencial metodológico da pesquisa-ação; tendo como procedimentos coletas de dados: as técnicas de grupo, para lidar com a dimensão coletiva e interativa da investigação, além de técnicas de registro, de processamento e de exposição de resultados.

 

PALAVRAS-CHAVE: corpo, imagem , imaginário e meninos em situação de risco

 

 

INTRODUÇÃO

 

                        A presente reflexão nasce da necessidade de discutir sobre um aspecto que muito nos chama atenção: a forma como meninos(as) em situação de risco pessoal e social[5] em Ilhéus – BA, utilizam seu corpo ou, melhor dizendo, a imagem falante do seu corpo. As circunstâncias de vida por que passam essas crianças e/ou adolescentes são atravessadas por acontecimentos dramáticos e traumáticos, tornando as crises desenvolvimentais mais delicadas do que normalmente o seriam. Como qualquer criança em desenvolvimento, o grupo sujeito de análise se expressa através de atitudes e comportamentos, presentificados nas formas distintas de se relacionar com o mundo, com as pessoas, com as normas e regras, e principalmente consigo mesmo. No contexto social dessas experiências vivenciais coletivas, se deparam com o preconceito instituído que termina por inseri-los na categoria “marginal”. O marginal, o diferente, o desviante da norma nos remete à ineficácia absoluta da própria norma. No entanto, constatamos que estes comportamentos “delituosos”, “arrogantes” são, na maioria das vezes, ao mesmo tempo, meios de sobrevivência e de integração ao mundo, por parte daqueles que são entregues à sua própria sorte. Nos referimos a um contexto no qual se impõem estratégias vivenciais suficientemente consistentes  e  capazes de garantir uma relativa previsibilidade por parte das crianças e adolescentes

                                O convívio com meninos/as e educadores durante as atividades de uma intervenção extensionista da Universidade Estadual de Santa Cruz, o Projeto ArteVida Salobrinho[6], permitiu-nos partilhar das fantasia, dos sonhos, da realidade, de seus temores e das suas fobias. A reflexão, a partir dessas vivências, propiciou a ruptura com alguns referenciais teóricos que, até então, julgávamos apropriados à leitura do fenômeno, e que insistiam por individualizar a experiência de um modo tal que tudo o que o sujeito singular manifeste seja conseqüência de sua vontade individual. Assim, tornou-se necessária a busca de outras leituras sobre imagem corporal, capaz de se manifestar de formas tão diversas como: correr, brigar, representar, jogar capoeira, dançar, desenhar, enfim, no “corpo vivido”. Acreditamos que essa flexibilidade corporal possa ser moldada pela dinâmica imposta pela vida na rua, na família, na escola e na comunidade dos meninos(as). Essa construção corporal atravessa um saber que está em constante remodelamento, e que pode ser considerado como uma subjetividade em produção. Por subjetividade entende-se, dentro de uma visão mostrada por Guatarri, que esta é a matéria prima de toda e qualquer produção, talvez seja mais importante do que qualquer outro tipo de produção, visto que elaboram esquemas dominantes de percepção do mundo, são modos de perceber, pensar, sentir, e o agir no mundo produzido histórico e socialmente . Como já havíamos verificado anteriormente, “a subjetividade evolui nos conjuntos sociais, é essencialmente social, assumida e vivida pelos indivíduos em suas existências particulares” (Profice e Amim, 2003).

A fim de melhor abordar o tema em questão, optamos por um caminho reflexivo onde, em um primeiro momento, faremos uma breve exposição teórica a respeito das categorias do corpo, figura e imagem. Esta escolha se deve ao fato de acreditarmos que à luz desta exposição, é possível compreender a importância das representações sociais  acerca da dimensão corporal na formação dos sujeitos. Buscaremos compreender a representação social como

“... o conjunto organizado de informações, atitudes, crenças que um indivíduo ou um grupo elabora a propósito de um objeto, de uma situação, de um conceito, de outros indivíduos ou grupos apresentando-se, portanto, como uma visão subjetiva e social da realidade”. (ABRIC in OLIVEIRA, C., SÁ, C. P. outros, 2001:6)

Em seguida, buscaremos alguns aspectos dinâmicos das imagens corporais e suas representações no desenvolvimento de seus modelos. Finalmente, enfocaremos o cotidiano e o imaginário das crianças em relação ao seu próprio corpo, à luz do referencial teórico de análise.

 

O corpo e a figura

                  

                   Corpo é presença, uma realidade de fato, sendo de certa forma o viver carnal, no contato com o mundo físico. Logo, possui uma concretude física, ocupa um lugar no espaço. O corpo atravessa[7] diferenças culturais, comportamentais e históricas. Nessa mesma visão, Dolto afirma que

“(...) o esquema corporal especifica o indivíduo enquanto representante da espécie, quaisquer que sejam o lugar, a época ou as condições nas quais ele vive. É ele, o esquema corporal, que será o intérprete ativo ou passivo da imagem do corpo, no sentido de que ele permite a objetivação de uma intersubjetividade, de uma relação libidical linguageira com os outros que, sem ele, sem o suporte que ele representa, permaneceria para sempre um fantasma não-comunicável.”(1992:14)

 

                        Certas semelhanças existentes se constituem como geradoras de uma subjetividade, derivada da estrutura e do esquema corporal humano, levando em consideração as variações anatômicas regionais. É justamente o reconhecimento das diversidades e das similitudes existentes entre civilizações, que torna possível uma nova leitura da unidade, daquilo que é singular: o próprio homem.

                   Pode-se considerar o corpo como um instrumento de formação e de modificação do mundo, devido à possibilidade do homem antecipar ações através da intencionalidade do ato, expressões dos seus desejos, anseios e, sobretudo, suas necessidades. O corpo, enquanto instrumento de conhecimento e transformação, também, produz o mesmo sentido em relação ao mundo, vez que potencializa a materialização dos quereres humanos no mesmo. O ser, o estar, o fazer do homem no mundo se confirma via sua presença corporal.

                   Outro aspecto que sempre obteve destaque, seja na ciência, seja na filosofia ou na religião, é a dualidade imposta pelas correspondências entre corpo e alma, matéria e espírito. O ser, o sujeito, o indivíduo, passa a ser esse ente feito de matéria viva que possibilita a percepção de um dentro e de um fora, estabelecendo uma ponte entre um espaço interior e um espaço exterior. Essa divisão entre o espírito e a matéria produto de um referencial mecanicista sobre a concepção de universo, reflete uma visão fragmentada, onde a organização do mundo se dá a partir da consideração de objetos separados, estanques. A ênfase dada a forma racional de pensar, é demonstrada pelo enunciado de Decartes: cogito, ergo sum (penso, logo existo), produzindo eficazmente nos sujeitos ocidentais identidades racionais que desprezam outra dimensões do sujeito: ética, estética, corporal. Esta visão encontra-se refletida e arraigada em todo pensamento ocidental, na dicotomia existente entre o mental e o racional sobre o corporal, submetendo o corpo a um outro plano.(Capra, 1985)

                   As mudanças acarretadas pelo paradigma racionalista, perpassam a visão que o homem tem da natureza. Tal percepção, o conduz a uma busca crescente de transformação (dominação) do meio ambiente natural, e assim, termina por perder o contato com sua base biológica e ecológica. O homem se diferencia da natureza ao utilizar a luz da consciência, faculdade humana de imaginar, representar, projetar, construir,  enfim, materializar aquela visão que antecede o olhar; sendo o eterno espectador e investigador, tendo o corpo como condutor do real.

Sendo o corpo a substância material, carnal, testemunha da experiência humana, transmutante, a figura poderia ser imaginada como a sua forma exterior, sua imagem e representação. O corpo físico, é palpável, ele é. Enquanto que a figura representa, pertence à dimensão do simbólico e do representativo; é o que a gente vê, compartilhado com  a imagem e a representação o significado que do corpo emana, sua representação social.

 “A figura representa a imagem do corpo ao outro, e nessa comunicação silenciosa reinam as personas, máscaras sociais, a figura que a gente constrói de si para o mundo” (Derdik, 1990:31). A figura produz seu espaço de representação, onde a imagem construída ao atravessar a dimensão histórica ecoa via as atitudes humanas.

 

Corpo: representação e figuração

 

                   Se considerarmos que o esquema corporal, em princípio, é igual para todos os sujeitos da espécie humana, a imagem do corpo, em contrapartida é singular: está ligada ao sujeito e à sua história. Representa a síntese viva de nossas experiências emocionais.  A imagem é aparição, traz consigo características de sua própria natureza, feixe aberto, plural e efêmero de significados, produtores de uma certa ambigüidade, relacionando-se estreitamente com a percepção.

“Quando percebemos um objeto qualquer este se nos apresenta como uma pluralidade de qualidades, sensações e significados. Esta pluralidade de qualidades se unifica instantaneamente no momento da percepção. O elemento unificador de todo este conjunto de qualidades e formas é o sentido. Mesmo no caso da mais simples, casual, e distraída percepção, verifica-se uma certa intencionalidade. Assim, o sentido não só é o fundamento da linguagem como também de toda apreensão da realidade. A imagem reproduz o momento da percepção, força a suscitar dentro de si o objeto um dia percebido. Evoca, ressuscita, desperta, recria. Não representa, apresenta. Revive a nossa experiência do real”. (Paz, 1982:36)

                  

                   A experiência com a dimensão natural, sensível e visível, faz emergir a imagem. Mas esta, também, é oriunda de lembranças e fantasias, de visualizações e projeções. Percebe-se que a imagem possui uma outra fonte, advinda de um mundo invisível e impalpável.

                   Finalmente, observa-se que a expressão concreta do imaginário flui pela via da linguagem visual, aquilo que emerge da corrente de imagens. A imagem e a percepção se conformam a partir de códigos sócio-culturais, políticos e econômicos de representação, quando não os subvertem, favorecendo a mutação destes que, a partir de então, seguem o fluxo perceptivo e imagético presente em cada cultura, sociedade ou civilização, configurada no tempo e no espaço. Deste modo, temos a cada época, representações visuais que correspondem aos códigos de representações sociais, referendando a hipótese previamente investigada e que destaca “uma das possíveis funções das representações sociais, aquela que faz com que, as experiências individuais de sujeitos de um mesmo grupo possam ser confrontadas e elaboradas no plano coletivo” (Profice e Amim, 2003.) Nas sociedades primitivas observa-se que o campo perceptivo e a imagem de mundo são o reflexo de uma organização cósmica eterna, e o tempo se expressa via um ritmo natural (Ostrower, 1991). Assim, urge refletir sobre a permanência de uma imagem de mundo que, termina instituindo e formatando o fluxo perceptível singular, expresso, também, através de seus objetos de civilização: a técnica, a função, o uso, o consumo, o caráter simbólico.

A civilização ocidental urbana altera e substitui códigos constantemente, refletindo o processo de aceleração histórica, a noção de tempo instantâneo e as formas de produção, que tanto caracterizam a contemporaneidade.

Como podemos ver, a medida que

“(...) imagens são visualizadas, elaboradas, construídas e viabilizadas materialmente, seus signos passam a ser figuras do mundo, passam a existir na esfera do humano – esse universo cultural e artificial que o homem constrói no mundo.”(Derdik, 1990:78).

 

Neste sentido, insere-se e amplia-se a utilização do conceito de figurativo, não necessariamente enquanto representação de imagens que expressem apenas a figura humana ou como formas pertencentes às categorias do real visível. Figurativo, aqui, entendido como tudo que configure um universo simbólico, não imediatamente acessível e referente. O signo visual em sua essência, figurando, participando, apresentando ao mundo um universo simbólico e representativo. Nesse particular, Ter acesso aos códigos e convenções socioculturais de representação, é reconhecê-los, identificá-los, nomeá-los e produzi-los dando um sentido, de forma contextualizada.

A história da representação da figura humana se encontra atravessada pelo ato de conhecer o universo pelo próprio homem. Nesse sentido, ao revermos nossa história, nos vemos a identificar e compreender as diferentes configurações culturais, conformadas por percepções sociais, filosóficas, religiosas e científicas. Subjacente às manifestações expressivas de cada cultura, projetos imersos na consciência perceptiva que tais sujeitos produziram sobre o mundo, encontram-se as projeções do homem. Assim, ao se projetar, o homem se lança à aventura de conquistar o seu lugar no mundo.” (Derdik, 1990)

 

O corpo e a sua representação no cotidiano

 

Gostaríamos de apontar outras formas de olhar as atitudes, os gestos, as expressões e as formas de representações corporais das crianças e adolescentes marginalizadas por sua situação de risco. Ao mesmo tempo, buscamos conduzir uma reflexão acerca da experiência vivencial cotidiana, que se caracteriza por  uma atmosfera de violência, manifesta em furtos e assaltos, consumo de drogas, prostituição, fome e morte. As brigas por vezes corporais e sangrentas, entre os meninos e/ou mesmo com adultos, desvelam uma outra lógica de vida, difícil de ser percebida dentro de nosso código de relações interpessoais, que considera as brigas como “algo meio selvagem”, marginal. Apesar da massificação, difusão das informações e dos códigos contemporâneos (modelos), ainda coexistem linguagens diferentes, responsáveis talvez pelos fracassos escolares, visto que muitos educadores se negam a decodificá-las.

A linguagem corporal, embora somente vista sob a ótica das disputas e aflições, é muito mais rica e se manifesta também em diversos momentos de felicidade e carinho. É bem provável que os próprios momentos de luta física, sejam a possibilidade, de forma contraditória, de diálogo e aproximação.

Ao refletirmos historicamente, podemos observar que a linguagem do corpo tem sido a mais acessível e imediata, sendo seu saber de domínio coletivo, apesar das regras e códigos precisos que se transversalizam na subjetividade. Podemos reconhecer esta versatilidade na maneira como os meninos/as circulam entre os transeuntes e os próprios carros, a agilidade de subir em muros ou em árvores, pular objetos, dar cambalhotas, girar, sumir. Da forma como percebem e se harmonizam com o pulsar dos territórios que ocupam. O corpo se conforma aos momentos com uma agilidade e elasticidade vivenciada muito pouco por outras crianças que tem seus cotidianos regrados pelas instituições e grupos de pertencimento considerados como salutares. A linguagem escrita lhes foi negada não somente por sua condição social, mas também pelos freqüentes fracassos na/da escola, e a linguagem oral ocupa, em determinadas situações, uma “fachada” para uma verdadeira representação e comunicação do corpo.

Esta mesma estratégia de representação e de expressão corporal, pode ser observada desde a senzala e a escravidão, quando o negro despossuído do próprio corpo e, assim mesmo, utilizava-o como resistência e tentativas de preservar suas raízes africanas, através da dança, do batuque, do candomblé, e da capoeira. Em outro estudo pudemos constatar a presença de elementos transgeneracionais na subjetividade popular brasileira[8]. Sodré (1979) defende a tese de que “a cultura de festa”, considerada uma representação marcante do povo brasileiro, significa, enfim, o resgate da posse do corpo e da liberdade de usá-lo da forma desejada, após a conquista da abolição do trabalho escravo.

As imagens corporais (figura humana) desenhadas, em sua maioria, foram marcadas por figuras de super-heróis ou seres fantásticos, aparentando uma certa ambiguidade sexual. Predominaram as representações humanas fantásticas e erotizadas. Como já foi mencionado, alguns meninos/as restringiram-se a limitar ao corpo seu território imaginário que, neste caso, pode se aproximar da noção de continente, utilizado pela psicanálise, considerado-o como um espaço potencialmente capaz de dar forma e sentido a algum conteúdo. De uma maneira geral, são desenhos que buscam adaptação ao que é hegemônico ou normativo, tirando-se daí tradicionalmente o índice de normalidade e saúde. Observamos um movimento psíquico na busca da integridade e a percebemos um relativo desajuste em relação ao modelo preconizado como desejável. Não aparecem, de uma forma geral, sinais evidentes que evoquem tendências depressivas ou de baixa na auto-estima, contrariando a maioria dos estudos, trabalhos e intervenção realizados. Estes últimos têm como parâmetros, imagens de crianças construídas a partir de um referencial de saúde e bem-estar que se pretende universal,  não levando em consideração a diversidade cultural dos sujeitos em questão que, por sua vez, são observados quase que exclusivamente sob a ótica da carência e da falta.

Em síntese, consideramos que muitos aspectos do desenvolvimento da população em questão, não são levados em conta, por grande parte dos educadores, da escola e da família. Estas instâncias tendem a descartar o aprendizado do corpo, a imagem falante do corpo, dos sentidos e acima de tudo do afeto. Este último, mola propulsora de qualquer relação de aprendizado, que porventura venha a se estabelecer numa possível parceria de um trabalho com crianças e adolescentes em situação de risco.

 

Bibliografia


 AMIM, V., PROFICE, C. C.As Representações Sociais acerca das populações de risco: um estudo de caso da comunidade do Salobrinho In: III Jornada Internacional e I Conferência Brasileira sobre Representações Sociais, 2003, Rio de Janeiro. CD-ROM da III Jornada Internacional e I Conferência Brasileira sobre Representações Sociais. , 2003.

 

GUATARRI, F. e ROLNIK, S. Micropolitica - Cartografias do Desejo. Petrópolis: Vozes, 1993.


OLIVEIRA, D., SÁ, C. P., FISCHER, F. M., MARTINS, I. S. e TEIXEIRA, R. L., Futuro e liberdade: o trabalho e a instituição escolar nas representações sociais de adolescentes. Natal: Estudos de Psicologia, v.6 n.2, jul./dez. 2001

 

PROFICE, C. C., AMIM, V.Produção de subjetividade e representação social familiar entre meninos de rua In: III Jornada Internacional e I Conferência Brasileira sobre Representações Sociais, 2003, Rio de Janeiro. CD-ROM III Jornada Internacional e I Conferência Brasileira sobre Representações Sociais. , 2003.

 



[1] Investigação realizada junto a meninos(as) em situação de risco pessoal e social do município de Ilhéus, BA

[2] Profª Assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Departamento de Letra e Artes, Ilhéus, BA, Mestre em Educação.

[3] Profª Assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, Ilhéus, BA, Mestre em Educação.

[4] Profª Assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, Ilhéus, BA, Mestre em Psicologia.

[5] Por situação de risco entende-se, no caso, toda e qualquer circunstância ou conjunto de circunstâncias que, pela degradação pessoal e social da criança e do adolescente, podem comprometer sua existência futura, como indivíduo e cidadão.

[6] Este projeto extensionista atende a uma média de 180 crianças da comunidade do Salobrinho em Ilhéus/Ba, a partir de Oficinas esportivas, culturais e artísticas, tomando como perspectiva metodológica a pesquisa-ação; como procedimentos de coleta de dados, as técnicas de grupo, para lidar com a dimensão coletiva e interativa da investigação, além de técnicas de registro, de processamento e de exposição de resultados. O processo de análise e interpretação dos dados acompanha todas as fases de desenvolvimento da pesquisa, tendo em vista a necessidade do redimensionamento  de procedimentos em relação à dinâmica do trabalho (Barbier, 1996;1997).

 

[7] A noção de transversalidade e/ou atravessamento criada por Guatari e muito  utilizada em análise institucional, representa clareza que se tem dos entrecruzamentos, das pertenças e referências de todos os tipos (político, econômico, social, cultural, libidinal, etc.) que atravessam nossas vidas. As relações transversais são, em geral, inconscientes, não sabidas  e desconhecidas.

[8] Cf. PROFICE, C. C., AMIM, V.Produção de subjetividade e representação social familiar entre meninos de rua In: III Jornada Internacional e I Conferência Brasileira sobre Representações Sociais, 2003, Rio de Janeiro. CD-ROM III Jornada Internacional e I Conferência Brasileira sobre Representações Sociais. , 2003.