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Pesquisador anuncia possibilidade de fabricação de pneus a partir da fibra de coco

16/08/2017 atualizada em 16/08/2017 09:59 - Assinado pela ASCOM

A tecnologia desenvolvida na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), no Laboratório de Polímeros e Sistemas (LAPOS), revelou uma excelente utilização da casca do coco-da-baia. A pesquisa direciona para o uso de fibras vegetais de coco na formação de materiais compósitos, o que equivale dizer que é possível fazer pneu rodoviário composto com material natural e biodegradável, com propriedades maiores que 500% comparando-se com os materiais atuais.

Esse caminho inovador está sendo percorrido pelo professor/Dr. Celso Carlino Maria Fornari Junior, do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET), da Universidade. As pesquisas iniciadas em 2010 vinham sendo desenvolvidas em sigilo, demonstram que a cadeia polimérica da celulose da fibra do coco, pode formar quimicamente uma ligação estável com as macromoléculas de borracha. Desta forma, a fibra de coco, tratada e acondicionada, pode substituir produtos de altíssimo valor agregado na construção de materiais tecnológicos.

“A fibra da casca do coco pode substituir o negro de fumo (carbono em dispersão muito fina, obtido por combustão incompleta de gás natural “do petróleo”. Muito empregado na indústria, principalmente da borracha, como carga reforçadora e como pigmento preto), o qual é amplamente aplicado nos mais diferentes produtos entre eles pneus de automóvel, caminhão e aviões. Além disso, a importância do negro de fumo na engenharia de materiais é tão significativa que o seu valor é cotado em dólar, atingindo entre US$ 1,05 a 1,50 por quilo do produto. Isso significa dizer, em outras palavras, que a fibra de coco pode atingir valores em reais em torno de aproximadamente R$ 4 mil a tonelada,” assinala o professor Fornari.

A utilização dessa tecnologia permite a confecção de inúmeros artefatos incluindo pneumáticos, produzindo um material ecologicamente correto e com melhores propriedades mecânicas. Esse caminho inovador, que está sendo percorrido pelo professor Fornari e seus alunos, mostra que a fibra de coco supera o negro de fumo com vantagens significativas. “A fibra vegetal é biodegradável, tem produção ecologicamente correta, contribui para o sequestro de gás carbônico, gera aumento de renda para o setor agrícola e aumenta a resistência mecânica do pneu em mais de 500%.”

Segundo o pesquisador “este projeto vem de encontro às normas brasileiras de proteção e cuidados ambientais. O projeto oferece uma nova alternativa tecnológica para o uso sustentável das fibras vegetais. Isso possibilita alguns benefícios da qual a lei brasileira proclama, e que são: pneu verde, ecologicamente sustentável; eliminação de substâncias cancerígenas; oportunidade de emprego e renda regional; valorização e agregação de valor às fibras vegetais.

Projeto

“A utilização da fibra de coco demonstrada no projeto, dando ao fato de poder substituir com larga margem de vantagem os materiais como negro de fumo, vai trazer uma substancial valorização para esse material fibroso. Isso repercutirá diretamente na produção agrícola o que irá fomentar os trabalhos no campo. Além disso, a população circunvizinha se beneficiará dos altos valores que a fibra vegetal passa a ter e se abrirão muitas oportunidades na manufatura destas fibras”, assinala Fornari.

Ele acrescenta que “a utilização do petróleo para a movimentação e conforto é uma fórmula irreal e errada. Basta calcular os passos que o petróleo percorre até alcançar o consumidor. Primeiramente ele é extraído do subsolo, trazido a superfície e por último descartado na atmosfera. O ciclo é imperfeito e falho, pois não há nenhum retorno a fonte de origem. Isso caracteriza um projeto que possui tempo para terminar e não pode se auto-sustentar”.

Preocupação

O pesquisador chama a atenção “para o caso do negro de fumo. Existe uma preocupação muito grande por parte das autoridades. O negro de fumo é uma partícula composta por carbono, com alto teor de área superficial. Quando essa partícula entra em contato com os tecidos pulmonares pode ocorrer uma ligação energética relativamente forte, o que permite que a partícula se aloje nos tecidos, causando irritação e tumores”. O uso de tecnologias mais limpas para a indústria e toda a sociedade, tem o seu lugar de destaque. Várias leis brasileiras buscam impulsionar a tecnologia atual para o uso de materiais alternativos e sustentáveis.

O projeto do “pneu verde” prevê a utilização de fibras vegetais de coco para a produção de pneus e demais materiais, respeitando a sustentabilidade. O uso de fibras em pneus produzirá um material ecológico que não agride a natureza após o seu uso. Assim, as fibras se transformarão em material degradado produzindo gás carbônico, o qual retornara á planta de coco para crescimento de novo fruto.

Outro aspecto apresentado pelo professor Fornari é que “o uso da fibra de coco proporcionará às regiões Nordeste e Norte uma oportunidade de produção de fibras manufaturadas com elevado valor agregado. O projeto permitiu revelar o potencial que as fibras vegetais de coco podem oferecer para o setor tecnológico. Os resultados foram confirmados em laboratório e pela indústria, o que nos respalda. Além disso, o projeto despertou grande interesse pelas fibras vegetais de coco. Isso repercute na comunidade agrícola diretamente, produzindo uma nova oportunidade de ganhos e trabalho regional”, afirma o professor Celso Fornari.

Fotos (Pneu verde - processo) Cadeia de transformação: Fibra Microfribra, nanofibra, coco adcionado a borracha.

O pesquisador, professor/Dr. Celso Carlino Maria Fornari Junior - foto Jonildo Glória




            


 
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