Mapeamento dos Terreiros de Candomblé em Ilhéus

Apresentação

LEIA O TEXTO SOBRE CAMINHOS DO MAPEAMENTO

O Núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais ─ Kàwé, da Universidade Estadual de Santa Cruz, iniciou, a partir do ano 2.000, uma série de atividades buscando o resgate de pais e mães de santo da Região Sul da Bahia. A proposta visava “contribuir para o resgate da memória de afrodescendentes e mostrar à comunidade o quanto a Região do Cacau deve a essas pessoas.”* Assim, fez-se o estudo sobre Pai Pedro, Mãe Pedrina, Mãe Malungo Monaco e Mãe Ilza Mukalê.

Posteriormente, a proposta evoluiu para um projeto de pesquisa, Memória de Terreiros do Sul da Bahia. Os pesquisadores e estudiosos do Kàwé daquela época traçaram o aparato teórico-metodológico da pesquisa, decidiram sobre instrumentos e meios e chegaram a visitar 32 terreiros em Ilhéus; 11, em Itabuna; 2, em Itajuipe; 1, em Bandeira do Almada; 2, em Coaraci; 2, em Una; 2, em Canavieiras; 2, em Buerarema; 1, em Arataca e 2, em Camacan, perfazendo um total de 57 terreiros visitados. Posteriormente, com a saída de vários componentes para cursos de doutoramento, a pesquisa ficou paralisada. Tal situação perdurou até que a Professora Valéria Amim, pesquisadora do Kàwé, tomou como objeto para sua pesquisa as “Águas de Angola em Ilhéus”, centrada em traçar o perfil e desvendar as origens da prática de religiões de matriz africana em Ilhéus.

Partindo dos primeiros estudos já realizados, nos quais a referida professora tomou parte, ela e o bolsista** Luiz Gustavo P. Pinto percorreram os terreiros de Ilhéus. A lista, então, ampliou-se e a Professora Valéria visitou nada menos do que 77 terreiros. De seus estudos, emergiu a tese de doutoramento Águas de Angola em Ilhéus: um estudo sobre as configurações identitárias do candomblé no Sul da Bahia. O mapeamento de terreiros foi fundamental, então, para se perceber o candomblé enquanto constructo, em que as diversas nações se retroalimentam. Daí, então, é que surge este Mapeamento de terreiros em Ilhéus, uma construção que partiu de uma proposta de pesquisa do Kàwé, que foi bem aceita pelo próprio povo de santo de Ilhéus. Além disso, contou-se com a contribuição da Associação as Yabás, que forneceu fichas cadastrais de um mapeamento já realizado pela referida associação.

O mapeamento aqui apresentado, na verdade, constitui-se uma fase inicial de uma proposta maior, que é mapear todas as Casas religiosas de matriz africana da região da Bacia do Leste. Os terreiros inseridos no mapa de Ilhéus, disponível na opção "Veja no Mapa", estão localizados por aproximação, já que este recurso do Google Maps não oferece mapa georeferenciado, dificultando assim a localização exata de ruas e localidades da cidade. 

* Revista Kàwé, Ilhéus: Editus, n. 1, 2.000. p. 33-34.
** Bolsista apoio técnico da FAPESB.

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