Liga Estudantil de Estudos do Neoliberalismo – LEDEN

Apresentação

RESUMO

O projeto visa construir recursos para compreensão do neoliberalismo e se constitui como coletivo de estudos, a Liga Estudantil de Estudos Neoliberais, LEDEN. Reune docente e discentes dos cursos de Geografia da UESC em um trabalho investigativo sobre neoliberalismo, com reuniões de estudos semanais, no período letivo, em quatro semestres integrados e sequênciados: Neoliberalismo I,II, III e IV. O estudo do neoliberalismo é o solo para atividades formativas para produção de conhecimentos em análise geográfica, habilidades hermenêuticas de leitura da vida social, formulações de contribuições teóricas, apropriação de recursos técnicos gráficos e informacionais. Articula Ensino, Pesquisa e Extensão no sequênciamento temático. Realiza atividade extensionista integrada à pesquisa e ao ensino, com docentes e discentes da Educação Básica, junto a Escolas Públicas locais, e com base em um blog quer compartilhar tanto acervos da literatura quanto um espaço de eventos sobre estudos do neoliberalismo com a comunidade estudantil da UESC e com outras segmentos sociais.

INTRODUÇÃO

A Liga Estudantil de Estudos do Neoliberalismo, LEDEN, é uma iniciativa extensionista integrada ao - Laboratório de Ensino de História e Geografia, LAHIGE – Núcleo do DCAA, formada com discentes de Geografia e áreas afins dos cursos de bacharelado e Licenciatura da UESC e docentes e discentes da Educação Básica da circunvizinhança da UESC.

Se constitui com a questão teórica - O que é o neoliberalismo? – e quer da regularidade a estudos e reflexões sobre o neoliberalismo, com compartilhamento de conhecimentos das Ciências Sociais e das Ciências Humanas sobre neoliberalismo, com os partícipes do projeto LEDEN.

Pretende imprimir efetividade ao aprendizagem da prática teórica, do exercício da expertise de leitura e escrita de formulações teóricas, demandadoras de habilidade investigativas como a questão da teoria, em termos, não apenas, do que é e do que não é teoria; acesso a recursos da hermenêutica, enquanto ferramenta produtiva no trato dos problemas de interpretação das ações sociais, textos, imagens, do dito e do dado a dizer, do visto e do dado a ver; formação de arquivo, traquejo com diagramas e mapas conceituais, criação de sintonia com o atual, com pensar o presente e lougrar exercer, operar, trabalhar a prática do diagnóstico do presente da perspectiva geográfica com base no pensamento social sobre o neoliberalismo no horizonte planetário em que incíde.

O conceito de neoliberalismo se reporta a um acontecimento nuclear da história contemporânea, com referência nos anos de 1970. Acontecimento circunscrito à ordem social de horizonte planetário que, Michel Foucault teoriza como uma nova forma de governamentalidade, a Governamentalidade Neoliberal. A emergência e atuação desse dispositivo suscita um arco de leituras, de formulações teóricas, de confrontos discursivos que delineam o campo do pensar a atualidade sob a égide neoliberal.

A base teórica concerne à obra foucaultiana, que traz leituras dos primeiros pensadores do neoliberalismo clássico, como Walter Lippmann, os Ordoliberais Wilhelm Röpke e Alexander Rustow, os autores austríacos, Friedrich Hayek e Ludwig von Mises e Walter Eucken, dentre outros. O campo dos estudos do neoliberalismo foucaultianos e dos intercessores do filósofo francês integra a fundamentação teórica. Buscará ater-se às formulações teóricas de Foucault sobre o biopoder e sua partição em disciplina e biopolítica, igualmente, problematiza as relações entre biopolítica e neoliberalismo, mediada pela suposição de uma linha e uma agulha entretecendo o solo em que se sobrepõe o biopolítico como neoliberal.

Consta uma literatura com significativa diversidade de abordagens e compreensões do que é o neoliberalismo, seu funcionamento e a natureza das suas intervenções em que proposições desse campo temático em enunciados tais que, Estado Neoliberal, Democracia Neoliberal, Neoliberalismo Democrático, Neoliberalismo Autoritário, Sociedade Neoliberal, dentre outros são identificados também como formas da governamentalidade neoliberal. A proposta é cartografar essa literatura, visibilizar a territorialidade das abordagens, as problematizações instituídas, a procedência política e as linhas teóricas em que se situam.

A problemática do neoliberalismo incide, implica, afeta amplo arco de questões da vida social, da nossa vida presente, tais como, o campo das lutas operárias e de trabalhadores em geral, camponesas, indigenas, femininas, LGBT, raciais, estudantis, de populações migrantes, de populações desnacionalizadas, a questão ecológica, as guerras culturais, os impactos tecnofarmacológicos e alimentícios na saúde da população, dentre outros fatos sociais relevântes, que são tencionados, reconstruídos e constituídos pela governamentalidade neoliberal. Processos de neoliberalização ativos constroem o tornar-se neoliberal - de um e de todos – ora individualizando ora totalizando sujeitos, instituições, organizações, empresas, governos, o Estado, no limite, a sociedade, constituída como sociedade neoliberal, como trazem, Pierre Dardot e Christian Laval, 2016, já no título da obra - A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal.

As questões que balizarão o percurso investigativo do projeto LEDEN são - O que é o neoliberalismo? Qual o seu modus operandi? Qual a natureza da sua governamentalidade, isso é, como dispositivo de segurança? No respaldo de um ponto de vista territorial com base no Brasil, na América Latina e na heurística descolonial buscar-se-a torná-lo compreensível.

A proposição do LEDEN, por abarcar o horizonte planetário da governamentalidade neoliberal, com destaque analítico à presença do neoliberalismo no Brasil e na América Latina será desenvolvido em quatro fases, ou períodos, vinculados às questões e tópicos do estudo do neoliberalismo. Cada período tera a duração do semestre letivo da UESC e a regularidade do seu sistema de crédito. Os objetivos do projeto poderão ser efetivados em dois anos letivos.

 

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